
Ela debruçou-se na janela, apoiando os braços na pedra suave e fresca do parapeito. Uma leve brisa agitou as árvores, e, tal acção reflectiu nos seus olhos cobertos de lágrimas. Uma delas escorre pela pele pálida, tal lágrima parece perfurar o coração como um punhal, por fim cai na pedra branca. Ela olha para o céu estrelado no silêncio da noite, a cabeça só está devolta daquele pensamento maldito, sente a barriga vazia, talvez devesse ter comido. Sente as unhas cravarem-se na pele quando cai outra e outra lágrima. O quarto que lhe fora abrigo calmo e doce só lhe parecia agora um cativeiro de degradante tristeza. Nenhuma estrela se destacava, brilhavam todas o mesmo, talvez se devesse á visão enublada que a tristeza provocava com toda a sua fúria. Limpou a face com a manga e meteu a mão á frente da boca, suspirando as lágrimas que vertia. O silêncio era penoso, se ao menos tivesse a voz dele para a confortar! Limpou a face mais uma vez e foi dormir. A culpa é o pior dos sentimentos.
Love it
ResponderEliminar