quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011


II


Nem estava assim tanto frio como pensava e o tempo começava a abrir.
Não estava com paciência para ter aquela aula enfadonha de geografia, ainda por cima não simpatizava nada com a minha turma.

Estava a descer a rua de minha casa distraída com os meus pensamentos quando escorreguei e caí no passeio. Mas que sorte a minha, tinha as calças todas molhadas atrás. Levantei-me, sacudi-me e continuei, estava quase na hora do autocarro. Ao andar ainda me sentia dorida da queda mas abstrai-me e limitei-me a olhar para os passos que dava, e voltei a faze-lo depois de atravessar a rua. Quase sem dar por isso estava ao pé da paragem e o autocarro chegara. Entrei, passei o passe e fez o seu “bip” característico, sentei-me na parte de trás do autocarro. Gosto de me sentar aí, vê-se o autocarro todo, todas as pessoas e as suas características únicas. Hoje havia um homem já bastante velho a falar sozinho sobre o que ia comer ao jantar, achei piada mas consegui conter o riso. No lado oposto estava um grupo de raparigas a falar histericamente de como tinham falado com fulano ou sicrano, revirei os olhos, e comecei a olhar para a rua, com as suas pessoas e lojas a passar todas por mim, não sabendo que eu estava cá dentro. Olhei para o telemóvel, ainda nenhuma mensagem, que será que estaria ele a fazer?

Reconheci ao longe a minha escola e carreguei no botão de stop para assinalar o meu destino predefinido, tirei um cigarro do maço, acendi calmamente já vendo o tempo a fugir.